Muito mais que pets, os cães de assistência representam a chance de uma nova vida e a superação de problemas. De acordo com estudos publicados na Frontiers in Veterinary Science, cães treinados para auxiliar pessoas com TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), autismo, epilepsia e outras condições médicas têm efeitos comprovados na redução de sintomas e no aumento da qualidade de vida.
O psiquiatra Gilson Hiroshi Yagi afirma que cachorros treinados podem ser considerados agentes terapêuticos e profissionais de saúde. “Pacientes com quadros de transtornos apresentam melhora em parâmetros neuroendócrinos, com redução do cortisol e aumento da ocitocina após sessões com cães. No caso de TEPT, especialmente em veteranos militares, cães de suporte emocional contribuem para reduzir pesadelos, crises de ansiedade e isolamento social”, explica o médico.

Segundo a Assistance Dogs International, apenas em 2023 foram registrados mais de 24 mil cães atuando formalmente como animais de serviço nos Estados Unidos. “Aproximadamente 48% dos cães de assistência americanos são treinados para auxiliar pessoas com mobilidade reduzida, como cadeirantes. E em uma de minhas viagens para treinamentos conheci Cissey Coleman, uma jovem que teve a vida virada do avesso após um grave acidente de carro”, comenta Glauco Lima, adestrador de cães profissional.
O especialista premiado internacionalmente testemunhou a história da americana, que vai além da superação física já que fala de coragem, recomeço e da conexão transformadora entre humanos e animais. “A conheci em um centro especializado em cães de assistência e ela contou sobre a batida que levou à amputação de sua perna. Hoje, Cissey usa uma prótese e conta com o apoio de um cão de assistência treinado para auxiliar pessoas com mobilidade reduzida”.
Para que a vida da jovem seja mais independente, o animal realiza tarefas que para muitos parecem simples, mas para ela significam liberdade: acende e apaga luzes, busca objetos, puxa sua cadeira de rodas e até pega roupas na máquina de lavar, geladeira ou armário. “Como se não bastasse, o cão também está preparado para reconhecer sinais de uma crise de epilepsia e agir rapidamente, protegendo-a e chamando ajuda se necessário”, explica Glauco.
Em solo americano existem cerca de 120 organizações dedicadas ao treinamento desses cães. Mas apenas uma pequena parte menos de 20 foca no suporte a pessoas com epilepsia. “O treinamento de um cão como esse pode durar até dois anos e custar entre US$ 25 mil e US$ 50 mil. Na maioria dos casos, os planos de saúde não cobrem esse valor. Ainda assim, graças ao apoio de empresas privadas, como redes de supermercados, laboratórios, hospitais e marcas engajadas socialmente, muitas pessoas conseguem acesso ao serviço gratuitamente ou com auxílio financeiro”.
Uma das marcas que sempre fez a diferença nesse cenário é a Purina Pro Plan. Nos Estados Unidos, a empresa apoia diversas instituições que treinam cães de assistência para diferentes perfis: veteranos de guerra que enfrentam o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), crianças com autismo, pessoas com deficiência física ou sensorial. “O que esses cães oferecem vai além da ajuda prática. Eles devolvem algo que não se compra: autonomia, segurança e dignidade. Para Cissey, e para milhares de pessoas como ela, o que parecia um fim virou um recomeço guiado por quatro patas, muito carinho e um olhar que nunca julga, apenas cuida”, finaliza Glauco.