Dra. Jéssica Vaz de Melo explica o diagnóstico e os riscos associados ao sangramento intracraniano
Na última quinta-feira, dia 16, o ator Tony Ramos foi hospitalizado no Rio de Janeiro após ser diagnosticado com um hematoma subdural. Ele deu entrada no Hospital Samaritano de Botafogo, localizado na zona sul da cidade, onde foi submetido a uma cirurgia. Segundo o boletim médico divulgado pela unidade hospitalar, o estado de saúde do ator é estável.
A notícia rapidamente se espalhou pelo país, gerando preocupação entre fãs e seguidores de Tony Ramos. A informação foi amplamente divulgada por rádios, TVs e portais de notícias.
Para esclarecer o que é um hematoma subdural, nossa equipe conversou com a Dra. Jéssica Vaz de Melo, neurologista. A médica explicou que esse tipo de hematoma ocorre devido ao acúmulo de sangue entre o cérebro e a duramater, a camada mais externa que envolve o cérebro. Esse acúmulo é causado pelo rompimento de vasos sanguíneos na região, resultando em uma coleção de sangue que pode comprimir o cérebro.
“As causas mais comuns de hematoma subdural incluem traumas na cabeça, como acidentes de trânsito, quedas e pancadas. Além disso, o envelhecimento e a atrofia cerebral aumentam a fragilidade dos vasos, colocando pessoas acima de 60 anos em maior risco de desenvolver hematomas subdurais, mesmo sem traumas significativos”, explica a Dra. Jéssica.
A médica também destacou que condições que afetam a coagulação sanguínea aumentam o risco de hematoma subdural. “Pessoas que usam medicamentos como anticoagulantes e antiplaquetários, como o AAS, estão em maior risco”, alertou. O uso abusivo de álcool é outro fator de risco, tanto por aumentar a probabilidade de quedas quanto por afetar a coagulação sanguínea.
Os sintomas de um hematoma subdural podem surgir imediatamente após um trauma e incluem dor de cabeça intensa, vômitos, confusão mental, sonolência excessiva e fraqueza em um dos lados do corpo. Em idosos, esses sinais podem demorar a aparecer devido à atrofia cerebral.
Para diagnosticar a presença de um hematoma subdural, é necessário realizar uma tomografia de crânio. “O tratamento varia conforme a gravidade do hematoma”, explica a Dra. Jéssica. Hematomas menores podem ser monitorados até a resolução espontânea, enquanto hematomas maiores podem exigir intervenção cirúrgica para drenar o sangue acumulado. A avaliação médica e o acompanhamento são essenciais para determinar o melhor curso de ação e prevenir complicações.
A Dra. Jéssica finalizou alertando que, apesar do tratamento, não é incomum que restem sequelas como alterações na força e na fala, dificuldade de caminhar, perda visual, dor, alterações de memória, desequilíbrio, dormência e perda de sensibilidade. “Tudo depende do tipo de sangramento, local afetado, tempo até diagnóstico e tratamento”, concluiu.